Antes de tudo, devemos dizer que as corridas de velocidade não constituem uma
especialidade frenética.
Pelo contrário, são provas técnicas, nas quais a inteligência, o domínio, a
paciência e o trabalho podem substituir amplamente o que chamamos de classe natural.
Elas constituem provas precisas, comparáveis ao salto com vara ou ao arremesso do
disco, e por este motivo devem-se tomar cuidados minucioso em todas as suas fases.
Dessa forma, para que se possa perceber melhor os seus detalhes, vamos dividi-las em
fases, estudando as particularidades de cada uma das fases, analisando os seus pontos
básicos e indicando o tipo de trabalho e os processos didácticos para a sua aprendizagem
e aperfeiçoamento.
Fases das corridas de velocidade:
- A saída ou partida;
- O desenvolvimento;
- A chegada.
A SAÍDA OU PARTIDA
Ao estudarmos a técnica das corridas de velocidade, um cuidado muito especial
deve ser dado à fase da saída, procurando conhecê-la em seus pequenos detalhes, para
que se possa tirar o máximo proveito dela, uma vez que, quando bem executada, pode
levar em muitos casos um corredor à vitória. Isso podemos concluir facilmente através
da observação directa em competições ou através de filmes. Uma boa saída coloca o
corredor, logo nas primeiras passadas, no comando da prova, dando-lhe uma vantagem
bastante importante.
A preocupação com essa fase é tão importante que constantemente novas
experiências são realizadas, proporcionando um aperfeiçoamento mais apurado das
saídas: daí a constante evolução que elas vem sofrendo desde o seu início, quando eram
realizadas em pé, até se chegar à forma atual, que são as saídas baixas. Hoje, todos os
detalhes são estudados minuciosamente como a posição do corpo, braços e cabeça, a
colocação dos pés nos blocos, etc.
TIPOS DE SAÍDAS
Dentre os tipos de saídas mais utilizados, podemos destacar três que são mais
comumentes utilizados: saída curta ou grupada, saída média e saída longa. Elas recebem
essa denominação com base na distância de colocação dos apoios nos suportes dos
blocos de partida.
Saída curta ou grupada: Neste tipo de saída, a ponta do pé de trás é colocada na
direcção do calcanhar do pé que está fazendo o apoio no suporte da frente: em
termos de medidas, o apoio da frente está situado a 48 cm da linha de partida e o
de trás a 73 cm. O quadril coloca-se elevado a um ponto superior ao nível da
cabeça, portanto bem alto. Esse tipo de saída também é conhecido por saída
grupada, devido à posição grupada do corpo do corredor.
Saída média: É um tipo intermediário entre as outras duas (curta e longa), na qual o
joelho da perna de trás e colocado na direcção da ponta do pé que está no apoio
anterior. Como exemplo, o suporte do apoio anterior é colocado 38 cm atrás da
linha de partida e o de trás 85 cm. Nesse caso, o quadril não se eleva tanto como
na saída curta, ficando quase que em linha com a cabeça.
Saída longa: Aqui, a separação entre os suportes para o apoio dos pés no bloco de
partida é maior do que nos tipos anteriores, onde as medidas mais comumente
utilizadas são 33 cm para o apoio anterior, em relação à linha de partida e 103 cm
para o posterior.